Quando Pierre-Paul Thomas era um garoto ele não podia jogar futebol com seus irmãos, e isso partia seu coração. Com o infortúnio de sofrer ao mesmo tempo com três doenças oculares diferentes, Thomas era cego desde que nasceu.
Como a maior parte dos deficientes visuais, Thomas aprendeu a ver com seus dedos. Ele até conseguia ver a silhueta desfocada de uma pessoa bem a sua frente, mas seu mundo era sempre cinza e cheio de sombras.
Mas há dois anos, aos 66, Thomas caiu nas escadas de seu apartamento e fraturou os ossos de seu rosto, incluindo aqueles ao redor de seus olhos. Ele foi levado às pressas para o hospital com machucados graves por toda cabeça.
Uma equipe de médicos o operou e consertou seus ossos. Até que um dia, meses depois, em um exame de um cirurgião plástico, a grande surpresa. Durante a consulta para a reparação estética de seu rosto, o especialista naturalmente perguntou:
“Ah, e já que vamos operar, você também quer que a gente conserte seus olhos?”
Thomas ficou paralisado. Consertar seus olhos?
E assim, em uma operação de sucesso, a severa catarata de seus olhos foram removidas. Seu mundo sombrio e cinza desapareceu, revelando cores que ele nunca tinha visto antes: vermelho, amarelo e até verde escuro, que antes era um preto absoluto. Até a neve, que antes ele achava ser de um tom claro de cinza, era agora branca como a luz.
Encantado, pegou um táxi para visitar sua irmã Giselle. Parou em frente à porta da irmã e tocou a campainha; ela atendeu no mesmo minuto.
“Pierrot, você ainda não consegue ver, consegue?”, perguntou ela. Sua vizinha, Madame Verreault, estava bem ao seu lado.
“Ao contrário”, respondeu ele, sorrindo. “Eu vejo duas mulheres lindas”.
“É como se eu fosse uma criança de novo”, diz ele em uma entrevista. “Mas eu estou feliz. Sou um homem feliz. Agradeçam ao hospital por mim. Eles me deram minha vida de volta”, completa.
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