sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Alunos de bairros carentes de SP e RJ aprendem inglês com voluntários

Todos os sábados de manhã, a recepcionista Rosa Pereira Gusmão, de 49 anos, e o filho Renan Francisco, de 14, aluno do 9º ano, têm aulas de inglês na escola estadual Renato Braga, no Jardim São Luís, bairro de baixa renda mais conhecido como Monte Azul, localizado na Zona Sul de São Paulo. As atividades são gratuitas e oferecidas pela ONG Cidadão Pró-Mundo que conta com professores voluntários. Rosa se sente feliz de conseguir dizer ao menos ‘hi’ quando tromba com algum estrangeiro no local de trabalho.
Renan está em um nível mais avançado de proficiência no idioma do que o da mãe, que aprende as noções básicas, por isso costuma corrigi-la quando pronuncia algo errado. Ela não se importa. “Antes me sentia cega, agora começa a clarear um pouco, e estudar é bom para a cabeça”, afirma Rosa.

Quem também gosta das aulas é Mateus Viana Dorea Dias, de 16 anos, aluno do 2º ano do ensino médio na rede pública que tem grandes planos para o futuro. “Quero fazer faculdade de relações internacionais, intercâmbio no exterior, e ingressar na aeronáutica.” Para chegar lá, sabe que vai precisar ter o inglês afiado. Por isso, Matheus não costuma faltar às aulas na escola do bairro Monte Azul.
Para suprir a vontade de aprender a falar inglês de 700 alunos, a maioria da rede pública, a ONG conta com 300 professores voluntários que ensinam o idioma para turmas em diferentes níveis de proficiência. As aulas ocorrem aos sábados e domingos.
A própria coordenadora da ONG, Sarah Morais, de 25 anos, formada em administração pela Universidade de São Paulo (USP), começou o trabalho como professora voluntária em 2011. Um ano depois largou o emprego no departamento de marketing de uma empresa, frustrou a vontade do pai de que ela trabalhasse na Bolsa de Valores, e no final de 2012 passou a se dedicar integralmente à Pró-Mundo.
"Sou muito apaixonada por isso, entrei sem saber se iria ser remunerada, mas não estava conseguindo conciliar os dois empregos. A educação vai mudar o meu país e precisamos geri-la melhor", diz Sarah, que a partir de janeiro deste ano se tornou a primeira e única pessoa a receber um salário da ONG.
"Nosso maior objetivo é gerar empoderamento, fazer com que os alunos saibam se comunicar, que desenvolvam habilidades e tenham portas abertas. É a missão de promover igualdade de oportunidade através do ensino voluntário do inglês e da integração social", complementa.

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