sexta-feira, 12 de julho de 2013

Constância





Quando alguém vai pela primeira vez em alguma atividade pastoral de nossa igreja, independentemente do carisma, da pastoral ou do movimento que esteja promovendo o evento, pode haver nesse primeiro contato, uma súbita paixão pelo contexto geral em si.

Isso é natural. Aliás, faz parte da vida. Tudo o que é agradável aos nossos sentidos, nos causa óbvio encantamento. Coisas a que estamos sujeitos. Quando acontece esse encantamento, podemos dizer também que se nos provocou uma catarse. Dessa forma, essa primeira impressão poderá permanecer para sempre, ou apenas permanecer como primeira impressão.

E assim prossegue nossa participação no mundo em geral. Em particular, em nossa comunidade paroquial sempre haverá uma primeira vez: seja na catequese, ou em outras pastorais, nos diferentes serviços, nas orações em comunidade, nos eventos, enfim, sempre haverá um primeiro contato em uma das nuanças de nossa igreja, mesmo que sejamos de casa.

Uma pessoa começa a participar, por exemplo, de um grupo de oração. Fica encantada com a pregação. Percebe que ficou plenamente emocionada. Deu a impressão que tudo aquilo fora feito especialmente para si. Volta para casa com a sensação de que jamais deverá deixar de participar daquilo que conheceu. Não vê a hora de chegar a próxima vez para sentir tudo aquilo novamente.

Aqui está o grande equívoco! Não há o “novamente”. Cada momento presente é e sempre será surpreendente. Assim é a vida! Somos diferentes a cada dia, embora conservemos em nós a essência que nos identifica como a pessoa que somos. Do contrário, perderíamos nossa identidade.

A questão não é voltar lá outra vez para sentir a mesma emoção. A questão é prosseguir e ver qual o resultado que aquilo provocará em mim ao longo de uma continuada participação. A prioridade é participar novamente e sempre para que eu seja fortalecido e nutrido interiormente em minha vida. Mas com um diferencial: percorrer um caminho onde, em breve, eu também possa estar dando a minha contribuição; e não somente ir para receber e receber eternamente.

Chega um momento, ao que eu sempre brinco dizendo que é o momento da manutenção.  Momento cheio de desafios! Pois manutenção, para mim, significa a minha participação continuada.
É aí que eu começo a perceber as dificuldades do outro e expor as minhas. É a partir desta continuada permanência e persistência que se dá a construção do Reino!

E a construção do Reino se fará a partir de mim mesmo, principalmente, quando os valores evangélicos começam a fazer parte da minha vida, na minha comunhão com os outros. E dessa continuidade é que eu passo a perceber a vontade de Deus para mim, naquele ambiente. Pois chegará um momento em que não serei mais um participante, mas serei uma referência!

E assim, Jesus no nosso meio vai nos conduzindo; o Espírito vai nos dando força e o Pai nos abençoando e se alegrando com nossa parcela em construir o Reino de Deus onde estivermos. Aqui está a essência de nossa presença no mundo: a partir da vontade de Deus em nós, o nosso agir seja a expressão do Reino já na Terra.

Se ficarmos apenas buscando novas emoções, chegará um momento em que a vida se terá passado e nada de concreto fizemos para dar-lhe o nosso contributo verdadeiro. E não há outra saída: precisamos suportar as diferenças na Caridade; precisaremos perdoar sempre; pois basta lembrarmos do quanto precisaremos pedir perdão! Isso tudo nos ensinará sobre o Amor em sua mais sublime forma de expressão. E será este amor mútuo em nós que será o nosso maior combustível em servir.

Continuemos! Não paremos no meio do caminho! Prossigamos! Vivamos cada momento como se fosse o primeiro, o único e o último! Precisamos ser colaboradores de Deus!

Amém.

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