Junto com alunos de uma escola do ensino fundamental de Taguatinga, os jovens pintaram os muros com temas envolvendo a fraternidade. Ação foi destaque na TV local.
Quando os Jovens por um Mundo Unido de Brasília decidiram que fariam uma pintura envolvendo outros jovens em algum ponto da cidade, as oportunidades foram surgindo e convergiram para o muro de uma Escola de Ensino Fundamental em um bairro de Taguatinga.
Este bairro foi formado há alguns anos para o assentamento de famílias que viviam em invasões (termo usado em Brasília para descrever as ocupações de terra por moradores sem teto). No início, o alto índice de criminalidade no lugar fez com que fosse apelidado de “Chaparral”, em referência a uma série da tevê estadunidense dos anos 70, famosa pela violência.
Mas hoje, esse bairro, conhecido como “Nova QNL”, possui uma vida mais pacífica, embora com a dificuldade de uma região ainda à margem das oportunidades da vida social e cultural da capital do País. A partir do convite de alguns professores, os Jovens por um Mundo Unido foram até a escola e conversaram com os professores e o diretor, que acolheram imediatamente a iniciativa. Foi aberto um espaço na programação das aulas para ir de sala em sala e convidar os alunos, em sua maioria, adolescentes.
Uma primeira constatação foi que vários alunos já faziam trabalhos de desenho em murais ou desejavam fazê-lo. Assim, não foi difícil combinar que em um sábado, no encerramento da Semana Mundo Unido, eles comparecessem para participar da pintura conjunta de uma parte do muro da escola.
Os jovens decidiram que a pintura deveria refletir a proposta da Semana Mundo Unido e que deveria partir dos alunos a expressão artística da proposta da fraternidade. Para facilitar o trabalho, foi feito um croqui para o espaço de 10 metros de comprimento por 3 metros de altura do muro, com o desenho de um quebra-cabeça já articulado e que cada parte fosse a projeção da ideia daqueles adolescentes. Os alunos foram divididos em equipes e cada equipe planejou como deveria ser a sua parte no “mosaico”. Uma condição foi proposta e acolhida: que vivessem a fraternidade sem descuidar do relacionamento entre eles, que era o principal objetivo daquela manhã.
Os alunos que não quiseram desenhar o muro participaram de outras atividades com o apoio do grupo “Sonhar Acordado” (uma ONG que trabalha com adolescentes e crianças). Foram formadas equipes de brincadeiras e jogos que exigiam o agir em conjunto para atingir os objetivos, tendo o foco também no relacionamento entre eles.
No final daquela manhã ensolarada, uma equipe de reportagem local da TV Globo (Parceiros do DF Taguatinga) reuniu os participantes para filmar o grito das palavras que sintetizam aquela ação “Agora somos muitos, vivendo por um… MUNDO MELHOR”.
Esse slogan refletiu a grande mobilização internacional que deu iniciou ao projeto Mundo Unido em Budapeste, na Hungria, em 2012. Foi o eco de um apelo maior para que no mundo se construam pontes de diálogo. Para que, sobretudo, as novas gerações não se sejam obrigadas a parar diante dos muros da indiferença, do ódio e da violência; mas que descubram que um mundo mais fraterno é possível.
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